quarta-feira, 10 de junho de 2015

Teste: BMW F 800 R quer mais destaque no line-up

29 de Maio de 2015
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Arthur Caldeira
Geralmente ofuscada pelas mais glamorosas aventureiras e esportivas da BMW, a naked F 800 R recebeu diversas melhorias na parte ciclística e mecânica no modelo 2015. Suspensão invertida, freios melhores, ergonomia aperfeiçoada e até mesmo controle de tração de série são algumas das atualizações feitas para que a, até então, ignorada naked consiga seu lugar de destaque no segmento e entre os modelos mais vendidos da marca alemã no Brasil.
Nos últimos anos, as vendas da F 800 R no País foram superadas pela trail G 650 GS, mais barata, mas também pela F 800 GS, bigtrail que usa o mesmo motor, porém é mais cara, e até pela grande aventureira R 1200 GS. Com preço sugerido de R$ 37.900, um aumento de R$ 1.000 em relação ao modelo anterior, a F 800 R 2015 ganhou até uma nova identidade visual para se diferenciar das outras motos BMW.
No lugar dos dois faróis assimétricos, um novo conjunto óptico de uma única peça. A pequena carenagem que cobre o painel e o novo farol, além de conferir personalidade própria a F 800 R, aumentou a proteção aerodinâmica para o piloto. Uma melhoria que reforça o caráter versátil dessa naked, fácil de pilotar em cenário urbano e agora mais confortável para rodar na estrada.
As entradas de ar e as laterais que cobrem o radiador têm linhas mais angulosas. O desenho das rodas e do paralama dianteiro também é novo. O grande escapamento, entretanto, ainda continua desproporcional ao tamanho da F 800 R, mesmo com a nova traseira um pouco mais robusta.
Mudanças mecânicas e ciclísticas
Um dos destaques da F 800 R é seu bem acertado motor de dois cilindros paralelos de 798 cm³ com arrefecimento líquido, DOHC com oito válvulas. Reajustado para 2015, ganhou mais 3 cv de potência, atingindo agora 90 cv a 8.000 rpm. Porém a mudança mais notada é a nova relação de marchas do câmbio de seis velocidades. Com as duas primeiras mais curtas, aproveita-se melhor o bom torque do bicilíndrico que atinge o máximo de 8,77 kgf.m já a 5.800 giros. As arrancadas ficaram mais vigorosas e a naked, mais gostosa de pilotar na cidade, onde exige menos trocas de marchas.
Com bastante torque em baixos e médios giros o consumo foi bom: variou entre 18,2 km/l, na estrada, e 16,4 km/l, na cidade. Próximo aos números do computador de bordo do painel – que variou entre 16 e 17 km/l. Com capacidade para 15 litros, o tanque garante uma autonomia em torno dos 250 km.
Mas a principal novidade mesmo fica por conta do novo conjunto ciclístico com garfo dianteiro invertido (upside-down). Além de um amortecimento mais progressivo, é interessante notar como a menor massa suspensa nas rodas – que também ficaram mais leves – aprimorou a agilidade da F 800 R nas mudanças de direção e também seu comportamento em curvas.
Outro aperfeiçoamento importante foi feito nos freios dianteiros, que agora têm pinças de fixação radial Brembo e “estancam” os 202 kg (em ordem de marcha) com mais eficiência. O sistema ABS é de série, como no modelo anterior, e garante a segurança dos pilotos iniciantes, porém atua cedo demais na roda traseira e atrapalha uma pilotagem mais esportiva. E não é possível desativar o sistema.
Já o controle de tração, uma das novidades eletrônicas juntamente com o sistema de monitoramento da pressão dos pneus, tem excelente funcionamento. Afinal, com o grande torque do propulsor trata-se de um item de segurança muito bem-vindo para novatos e até mesmo para os mais experientes. Seu trabalho pode ser percebido por uma luz de advertência no painel, que acendeu algumas vezes nas saídas de curvas de uma sinuosa estrada úmida, cedo pela manhã. O controle de tração pode ser desativado facilmente, até mesmo em movimento.
A ergonomia foi revista e o assento agora está 1,0 cm mais perto do solo (79 cm). As pedaleiras também mudaram de lugar: foram posicionadas 1 cm à frente e 1 cm mais baixas. Ajustes finos mais difíceis de notar do que o novo guidão, um pouco mais recuado, que proporciona uma posição de pilotagem mais ereta e dá a impressão de que o painel foi colocado mais à frente. A maior sensação de conforto também vem da melhor proteção aerodinâmica proporcionada pelo novo conjunto óptico. Até pelo menos 140 km/h o vento não incomoda.
Tudo para brilhar
Embora o novo conjunto óptico não seja unanimidade, a meu ver, distinguiu a F 800 R da sua irmã F 800 GS e deu-lhe ar de novidade, além de uma identidade mais jovial e urbana. O desempenho do elástico propulsor permite rodar tranquilamente na cidade ou na estrada, em função do excelente torque em médios giros. Mas também demonstra vivacidade para chegar ao limite de rotações de 8.500 rpm e a velocidades acima do permitido – para isso conta com amortecedor de direção. Tem baixo nível de vibrações, porém falta-lhe algum caráter empolgante e o mapa do novo acelerador eletrônico está “comportado” demais para o meu gosto.
Ainda assim, as úteis atualizações no modelo 2015 dão ânimo à F 800 R para se destacar no line-up de motos BMW. E também fazem dela uma opção a ser considerada por aqueles que buscam uma naked de média capacidade cúbica versátil, esportiva e pouco exigente. Com preço de R$ 37.990, a F 800 R ainda oferece itens, como controle de tração, freios ABS e sistemas de monitoramento de pneu, presentes apenas em modelos maiores e mais caros.
Ficha Técnica
BMW F 800R 2015
Motor dois cilindros paralelos, 8 válvulas, DOHC, com refrigeração líquida
Diâmetro x Curso 82,0 X 75,6 mm
Taxa de compressão 12,0:1
Capacidade 798 cm³
Potência Máxima 90 cv a 8.000 rpm
Torque Máximo 8,77 kgf.m a 8.000 rpm
Sistema de Alimentação Injeção Eletrônica
Partida Elétrica
Câmbio 6 velocidades
Embreagem Multi-disco em banho de óleo com acionamento mecânico
Transmissão final por corrente
Suspensão
Dianteira Garfo telescópico invertido (upside-down) com 125 mm de curso, sem ajustes
Traseira Balança de alumínio com monoamortecedor, com 125 mm de curso e ajuste da pré-carga e retorno
Freios
Dianteiro Disco duplo flutuante de 320 mm, com pinça radial o Brembo de quatro pistões e ABS
Traseiro Disco simples de 265 mm com pinça de um pistão Brembo e ABS
Rodas De liga leve de alumínio - 3.50 x 17’’ (D); 5.50 x 17’’ (T)
Pneus
Dianteiro 120/70- ZR17
Traseiro 180/55- ZR17
Quadro Perimetral em liga de alumínio
Altura do Assento 790 mm
Distância Mínima do Solo não disponível
Dimensões (C x L x A) 2.145 mm x 860 mm x 1.235 mm
Distância entre-eixos 1.526 mm
Tanque de Combustível 15 litros
Peso (em ordem de marcha) 202 kg
Cores: Azul/preta, azul/branca e branca
Preço R$ 37.900


Fonte:
Agência Infomoto

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Mal da altitude no motociclismo

Mal da altitude no motociclismo!

Mal da altitude no motociclismo!
jan 7, 2015
Se você está planejando – corretamente – uma viagem para regiões cuja altitude supera os 2.400 m.s.n.m. (metros sobre o nível do mar) – como o Atacama, Bolívia, Peru, etc. – já deve ter lido algo sobre o famoso “Mal da Altitude” ou “Soroche” (ou “puna”,”Mal da Montanha”, AMS-Acute Mountain Sickness, etc). OK, até aí tudo bem! Você já sabe que, em quem não está acostumado às condições atmosféricas das grandes altitudes, o organismo sente o impacto da mudança de altitude. A freqüência respiratória aumenta, a freqüência cardíaca se acelera e num período variável de adaptação podem surgir sintomas como respiração curta, dores de cabeça, náusea, vômitos, tontura, insônia,  perda de apetite  e até desmaios.
E claro, para nós ainda existe o risco de sentir os sintomas acima pilotando uma motocicleta. O que por si só já é perigoso, eventualmente pode vir a ser fatal. Porém, fique calmo que existem atitudes e medicamentos para aliviar e diminuir os efeitos do Soroche, e até mesmo evitá-los.
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Via de regra, os sintomas do Mal de Altitude só começam a aparecer a partir dos 2.400 m.s.n.m. (em 15% das pessoas), sendo sentidos com mais frequência à partir dos 3.600 m.s.n.m. (60% das pessoas) e à partir dos 5.000 m.s.n.m. quase todas as pessoas tem algum dos sintomas relatados.
Abaixo iremos listar algumas informações importantes para que você esteja bem informado sobre essa condição e consiga minimizar os riscos do surgimento de sintomas ou aprenda a combatê-los.

Comportamentos preventivos

  • A melhor maneira de evitar o Soroche é subir lentamente, levando dois dias para chegar aos 2500 m.s.n.m. e um dia mais por cada 300 m adicionais (só que no nosso caso, viajando de moto, nem sempre isso é possível);
  • Um bom condicionamento físico pode ajudar, mas não garante que a pessoa venha a sentir-se bem nas grandes altitudes. É aconselhável evitar a atividade física intensa durante pelo menos dois dias depois de chegar ao local de destino;
  • Na altitude, principalmente em regiões de clima seco como a Bolívia ou o Atacama, perdemos muito líquido. Fique de olho na hidratação, sempre. Recomenda-se a ingestão de 3 a 4 litros de água diariamente nessas condições. Tenha sempre uma garrafa de água com você.
  • Alimente-se constantemente de alimentos abundantes em carboidratos e calorias mas ainda assim, leves. Dê preferência para castanhas, nozes e chocolates. Evite refeições fartas e pesadas.
  • Mantenha seu corpo aquecido porque a perda de calor implica em um gasto maior de calorias por parte do corpo para manter a temperatura e isso pode ser prejudicial. Apenas por curiosidade, saiba que a cada 1.000 metros subidos, a temperatura decresce – em média – 6,5°C
  • Atenção: não consuma álcool ou fume. Álcool desidrata e pode provocar mais tonturas e náuseas. O cigarro vai te atrapalhar ainda mais a respiração.
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Medicamentos e outras substâncias

Antes de escrever sobre medicamentos, queremos deixar um alerta: não use nenhum medicamento sem a indicação de um médico. Cada ser humano possui uma reação distinta aos medicamentos e seu uso, sem conhecimento do seu médico, pode vir a se mais prejudicial do que benéfico. Não estamos aconselhando, prescrevendo ou indicando NENHUM dos medicamentos abaixo, este texto tem apenas caráter informativo. Vamos a eles:

Preventivos

  • Diamox® (Acetazolamida): recomenda-se a ingestão de 125mg 2 vezes ao dia (a cada 12 horas) um dia antes da saída para a altitude e segue até o segundo ou terceiro dia, na altitude. Essa substância é um diurético, que acidifica o sangue, fazendo com que respiremos mais rápido, facilitando na adaptação. A acetazolamida não mascara os sintomas, apenas minimiza. Por ser diurético, você vai precisar ir ao banheiro mais vezes portanto fique mais atento ainda a sua hidratação. Alérgicos a sulfa não podem tomá-lo.  Nota da redação: nossa equipe fez uso desse medicamento em uma viagem para a Bolívia e Peru, quando pudemos constatar a eficácia do medicamento. Também possuímos relatos de outros amigos com experiências favoráveis com o Diamox®
  • Decadron® (Dexametasona): a literatura recomenda o uso de 4mg de Dexametasona, de 12/12h no dia da viagem e no primeiro dia na altitude (não recomendamos o seu uso sem supervisão especializada). A dexametasona, ao contrário da acetazolamida (Diamox®), mascara os sintomas, ou seja, você vai sentir-se bem, mas não ajuda na adaptação à altitude. Nota da redação: nossa equipe nunca fez uso desse medicamento nem tem relatos de amigos que tenham feito.
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Paliativos

  • Ibuprofeno (Alivium, Dalsy, etc.) alívio para dor de cabeça: 600mg de 8/8h é normalmente a primeira escolha. Paracetamol (Tylenol) e AAS também podem ser usados. Nota da redação: o Ácido Acetil Salicílio (AAS, Aspirina, etc) “afina” o sangue e dificulta a coagulação em caso de acidente, portanto não recomendamos que motociclistas façam uso de medicamentos desse tipo.
  • Plasil® ou  Motilium® podem ser usados para náuseas ou vômitos. Evite o Dramin® pois ele causa sono,  e durante o sono a frequência respiratória diminui e pode piorar a falta de ar.
  • Sorojchi Pills® é o medicamento mais conhecido lá fora (Peru) para combater o Mal da Altitude, temos informação de que a Cibalena-A® seria o equivalente nacional das famosas Sorojchi Pills, possuindo composição semelhante. Nota da redação: ambos os medicamentos acima possuem o Ácido Acetil Salicílio em sua composição portanto não recomendamos que motociclistas façam uso destes medicamentos.
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  • Oxishot® é um tubo pequeno com 8 litros de oxigênio puro que é encontrado em todas as lojas de Cusco (Peru) e região. Tem tamanho pouco superior ao de uma garrafa de 600 ml e pode ser levado com você para consumo. Nota da redação: como nunca fizemos uso do produto não sabemos se existem restrições de segurança para transporte nas motocicletas, melhor se informar antes de adquirir.
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  • Balas de Coca - ao contrário das folhas in natura, que tem um gosto amargo, as balas de coca (caramelos de coca) tem gosto adocicado de mel e as mesmas propriedades. E são beeemm mais agradáveis de consumir do que as folhas. Nota da redação: como nunca fizemos uso do produto com finalidades terapêuticas.
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  • Chá de Coca – a primeira pergunta que costumam fazer é “dá barato?”, não não dá. A diferença entre a planta Coca e a droga Cocaína é enorme, pode tomar o chá sem medo. Nota da redação:para fins medicinais procure o chá de Coca natural pois existe um industrializado, cujos benefícios ainda não foram confirmados (assim dizem os moradores locais).
Não use medicação para dormir (Diazepam ou equivalentes), pois esses remédios causam diminuição da frequência respiratória, e na altitude isso pode até mesmo ocasionar uma parada respiratória.
Em última instância, a solução para se livrar do Mal de Altitude é simples: descer a altitudes inferiores a 2.500 m.s.n.m., porém analise se você tem condições de pilotar sua motocicleta antes de optar por essa solução. Se possível, não faça essa descida sozinho e peça para um companheiro de viagem acompanhar você.
Nossa última dica é: sempre que for viajar para locais com grande altitude, quando estiver traçando o seu roteiro, seja mais detalhista do que de costume. Procure analisar a altitude das cidades onde irá pernoitar, além da distância entre elas. Verifique a possibilidade de fazer, ao menos, o pernoite em altitudes gradualmente mais altas. Evite subir muito e muito rápido.
Nunca subestime o Mal de Altitude, seus efeitos pode ser perigosos, principalmente pilotando uma motocicleta. Em 2013, durante a Expedição Inca, percorremos o trecho entre San Salvador de Jujuy (norte da Argentina) e La Quiaca (fronteira da Argentina com a Bolívia). Nele você irá subir mais de 2.100 metros, percorrendo apenas 285 km (já que S.S.Jujuy está em 1.260 m.s.n.m e La Quiaca em 3.442 m.s.n.m.). Resultado? Dois dos quatro motociclistas desmaiaram por conta dessa diferença de altitude. Ainda bem que foi fora da moto senão poderia ter sido algo muito grave.
Em resumo: planeje bem seu roteiro, prepare bem seu corpo, consulte seu médico se achar que deve utilizar medicamentos e pronto. Muita gente encara grandes altitudes sem se preparar antes e, mesmo assim, faz uma viagem legal. Imagine se tivesse se preparado.
Fonte: Redação To Na Estrada
Referências: 
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/altitudes/index.shtml
http://www.viajenaviagem.com/2014/06/mal-de-altitude-soroche-sintomas-como-combater
http://www.mochileiros.com/soroche-mal-de-altura-ou-mal-da-altitude-t24338.html
http://ecofotos.com.br/o-mal-da-altitude-ams/
http://www.medicinanet.com.br/
http://pt.wikipedia.org/
http://www.manualmerck.net/?id=308